quarta-feira, 15 de julho de 2015

Eu que não vou te segurar comigo...

Vou te respeitar como sempre fiz.

Não faço tipo que faz jogo para que alguém fique se o desejo é partir. Ao meu lado eu só quero quem também me quer. Amanhã, talvez, me conhecendo como conheço, eu acorde estranhando este meu discurso frio agora; amanhã, talvez, me conhecendo como conheço, eu acorde chorando ao perceber que você realmente se foi. Mas quer saber? Se este for o melhor para mim, que seja assim, pode ir.
 
Já faz um tempo que as coisas não vão tão bem como já foram um dia.
Seria tolice minha negar que te sinto diferente e que eu estava me desdobrando em mil para encontrar maneiras de te fazer se encantar por mim de novo. E isso me faz lembrar do que mais gosto em mim: esse desejo louco de lutar pelo que quero. Só que chega uma hora que a gente se enxerga e começa a entender que se não lutarmos por nós mesmos, ninguém lutará.

Eu que não vou te segurar comigo.

Você também não precisa perder tempo me contando dos seus motivos, pois como eu disse, já faz um tempo que eu te percebo mais fora do que dentro da minha vida. É que agora é oficial, agora eu me dei conta que quem não quer mais viver assim empurrando as coisas com a barriga sou eu; eu que não quero mais me enganar que estou feliz quando, na verdade, estou uma soma de cacos por dentro.
Já funcionamos juntos e isso foi muito bom para mim.
O que mudou foi que nas voltas que o mundo dá nós fizemos curvas diferentes. Hoje você tem outros desejos e entre eles não sou eu, bem como eu também vou criar outros que não sejam você.

Eu nunca te quis comigo para me exibir.
Não queria sua mão à minha para atualizar meu status do facebook, mas sim para me segurar dos solavancos que a vida dá. E foi muito legal enquanto aconteceu. Realmente foi especial!
Fique em paz para ir sem o remorso de se preocupar como eu vou ficar.
Já sofri antes de te conhecer e talvez sofra um pouco agora com você, mas nada que me impeça de levantar amanhã pronto para ralar e ter como pagar minhas contas que não vão parar de chegar.

Eu que não vou te segurar comigo.

Não vou te forçar lembrar dos momentos bons, tão menos pedir para que amigos conversem com você. Não vou falar com a sua família e nem vou postar indiretas na internet. Eu vou seguir como já seguia antes de você aparecer.
Se um dia você decidir querer voltar – afinal isso pode acontecer, né? – eu não sei o que vou fazer. O problema de tomar decisões que interferem em outras pessoas é esquecer que o mundo gira para todos e não só para quem decidiu. E em uma dessas voltas – tipo aquelas que a gente se perdeu – eu posso estar tão longe que seus braços não poderão mais alcançar; tão longe que não vou conseguir te ouvir me chamar; tão longe que não vou conseguir te atender quando me telefonar. Ou mesmo estarei muito perto, porém vivendo em um mundo que não há espaço para você ficar.

O fim do que vivemos não significa o fim do que ainda quero viver.
Meus sonhos não foram abreviados. Meus planos não foram ameaçados. Meus sorrisos não foram arruinados. Meus passos não foram encurtados.

Eu que não vou te segurar comigo.

Entendo a sua ida como um sinal de que você não estava pronto para acompanhar a velocidade da minha vida.

Eu sou essa constante mudança excitante em viver os instantes como tudo de mais importante.

domingo, 12 de julho de 2015

Vai levar um tempo, mas o tempo vai levar e amanhã vai ficar tudo bem...

Talvez hoje ainda vai te aumentar a vontade de querer morrer. Hoje você ainda vai se sentir idiota por ter respondido aquelas mensagens tão depressa; hoje você ainda vai se arrepender por ter colocado um apelido carinhoso no lugar do nome na agenda do celular. Hoje tudo isso e muito mais, mas amanhã não, porque amanhã vai ficar tudo bem.

Vai levar um tempo até que o vento volte a beijar seu rosto ao invés de te cortar feito navalha. Vai levar um tempo para que as coisas que te faziam bem parem de te fazer mal. Vai levar um tempo até que você entenda que lutar contra é desperdiçar sua força. Você vai levar um tempo para encontrar um lugar pra lembrança ficar em você.

Vai levar um tempo, mas o tempo vai levar e amanhã vai ficar tudo bem.

Vai doer até mesmo pra esperar a margarina fixar completamente no pão pela manhã; e as voltas da colher misturando açúcar no café vão parecer intermináveis. Um monte coisa ainda vai te desequilibrar e, no fundo, você sabe que vai. E tudo isso só acontece porque você é de verdade.

Você já passou por coisas parecidas antes. Você se frustra – e tem esse direito – mas sabe o quanto tudo isso faz parte. “Mas que merda, eu não sou obrigada a ter que ficar bem sempre, eu não esperava pelo que aconteceu!” – você tem toda razão ao pensar e se sentir assim. Você não deve fingir que está feliz enquanto se refaz aos cacos um por vez, mas você só vai melhorar quando aceitar.
Hoje as coisas podem não estar tão boas e por isso os vídeos de bebês sorrindo não tem tanta graça, mas amanhã vai ficar tudo bem. Hoje as músicas que te relaxam serão a passagem para a sua saudade repleta de desejo de voltar no passado, mas tem um monte de refrão novo te esperando para você cantar gritando.
Hoje você ainda vai ter que lidar com alguns fins. Vai ter que parar de seguir nas redes sociais, vai ter que desfazer amizade com alguns amigos, vai ter que deletar algumas fotos, vai ter que esconder ou atear fogo em alguns presentes; hoje você vai ter que passar por tudo isso, hoje você vai ter que se despedir para dar espaço a um novo olá, mas sabe, amanhã vai ficar tudo bem. Hoje você só precisa focar na paz para os seus dias.

Hoje você precisa lembrar das contas à pagar; precisa lembrar que nenhum emprego aceita atestado de saudade pra faltar. Hoje você precisa lembrar que antes de ontem você já tinha muitos motivos para comemorar. Hoje você precisa lembrar do que já viveu de bom para se motivar a viver algo ainda melhor. Hoje você não precisa se preocupar com nome e sobrenome, não precisa medir suas palavras e muito menos precisa encontrar indiretas pra postar.

Hoje você só precisa compartilhar coisas que você gostaria de receber.

Amanhã vai ficar tudo bem.


Deixe de se olhar no reflexo do vidro no metrô e olhe para um novo e bom livro no seu colo. Deixe de procurar o que não deseja encontrar. Vai passar. Você nem vai perceber quando isso acontecer, só vai se dar conta quando não for mais da sua conta. Hoje vai ser difícil, no entanto convenhamos: não são todos os dias os nossos preferidos; respire devagar, tenha pressa somente em se alegrar, deite seu corpo e levante sua alma pois amanhã vai ficar tudo bem.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Já que ele não quis seguir ao meu lado, não sou eu quem vai estacionar nessa solidão...



Sozinha, não sei se esta é a palavra certa. Talvez devesse usar abandonada ou inconformada, mas por vezes me identifico com calmaria e tranquilidade...
Não nego que sinto a falta dele, não teria nexo em negar algo tão obvio, mas também gosto de mim quando estou sozinha, é claro que me amava muito mais quando estava com ele, mas aprendi a gostar-me na minha própria companhia, afinal, quem melhor para me ser companhia do que eu mesma ?

Tudo foi tão bom, bom demais para ser verdade e desta forma, acabou... Até hoje me pergunto quais razões o levaram a se afastar de mim, nunca fui perfeita, mas com ele, eu tentei fazer tudo da forma mais correta possível e mesmo assim ele se foi... Talvez devesse ter feito tudo errado, quem sabe assim ainda estivesse aqui... Mas já que acabou paciência, desejo-lhe sorte e muita felicidade, mas não lhe desejo outros amores, desejo friamente que continues sempre sozinho, para que assim perceba a falta que minha companhia, que por vezes ele considerou errônea, lhe faz falta.

Talvez para ele seja melhor viver constantemente nessas idas e vindas do que pairar em apenas um local, ainda que, nas suas vindas eu fosse a pessoa que pudesse lhe esperar de braços abertos, ansiosa pela tua chegada, mas nem isto ele quis, preferiu se afastar completamente, sem dar margem às minhas tentativas de recomeçar tudo do zero, mesmo sem saber o motivo de recomeçar visto que, para mim, estava tudo nos trilhos, até que descobri que para ele, o trem já havia descarrilhado a muito tempo...

Não posso negar também que não sinto falta de nossos risos, nossas conversas de cumplicidade e até mesmo de suas reinas sem motivos, eu amava tudo nele, desde suas melhores qualidades até seus piores defeitos, eu o amava e pronto, na verdade, eu ainda o amo, mas optei por seguir em frente também, já que ele não quis seguir ao meu lado, não sou eu quem vai estacionar nessa solidão.

~~ 08/07/2015




Nós poderíamos ter sido tudo o que eu dizia que nós seríamos...

Eu nunca quis te prender. Nunca quis você em casa vinte e quatro horas por dia, a salvo das intempéries do mundo e longe de todas as outras pessoas. Eu nunca te quis submisso ou passivo, muito menos te quis dependente de mim. Nunca foi a minha vontade te afastar do seu trabalho, dos seus amigos. Eu nunca quis ser uma sombra assustadora sobre a sua liberdade e sobre a sua independência. Apesar de eu querer você na minha vida, eu não quero você só na minha vida. Nunca passou pela minha cabeça competir com as coisas que você gosta, eu só queria ser mais uma delas.Você ia continuar conhecendo pessoas, fazendo suas coisas, suas atividades, porque eu nunca quis você para mim, eu só queria você comigo.
Enquanto eu dizia que queria compartilhar a minha vida com você, você ouvia que eu queria a sua vida para mim. Eu queria alguém para dividir as coisas ruins e somar as coisas boas, e você achava que eu queria te poupar de tudo, tentar tomar conta da sua vida e resolver todos os problemas do mundo. A minha vontade é essa mesmo, e se eu pudesse, eu te pouparia de todos os perigos e sofrimentos do mundo. Mas eu não posso e não faria isso. Se eu fizesse, você deixaria de ser você. Mas é porque temos opiniões diferentes sobre o que é liberdade.
Para você, liberdade é poder fazer o que quiser, sem ter que dar satisfação ou se preocupar com ninguém. Para mim, não. Para mim, liberdade é saber que, mesmo tendo que dar satisfação ou me preocupar, eu posso fazer o que eu quiser. 
Assim como a coragem não é a ausência de medo, e sim o controle do medo, a liberdade não é não se prender a ninguém e poder fazer o que quiser. 

Liberdade é ter a coragem e a maturidade de, sim, abrir mão de fazer alguma coisa para ficar em casa vendo um filme, se você quiser. Liberdade não é a obrigação de fazer qualquer coisa, e sim saber que você poderia fazer qualquer coisa, se quisesse.

Eu queria pegar o carro e fugir pra qualquer lugar com você por dois dias, mas você só achava que eu queria te roubar do seu mundo. Eu queria que você passasse trinta horas na minha casa, e você só se preocupava que havia faltado a algum compromisso e que isso te fazia mal. Eu me propus a encontrar um meio termo — mesmo eu não sendo uma pessoa de meios termos, eu estava disposta a fazer isso. Mas você preferiu não correr o risco. Eu prefiro ter alguém para me ajudar a suportar as coisas ruins, você prefere ficar sozinho e não correr o risco de ver seu perfeito e alinhado trem do planejamento sair dos trilhos por alguns segundos. Mesmo sabendo que as vezes em que eu tirei seu trem dos trilhos foram os nossos melhores momentos juntos. 

Eu prefiro aumentar os trilhos, você prefere me jogar pra fora do trem.

Eu te propus tratarmos a nossa dor no joelho com analgésicos, e sermos felizes nos momentos sem dor e tentarmos superar juntos os momentos de dor. Você preferiu amputar a perna, se livrando de vez da dor, mas abrindo mão também do lado bom. Eu tentava ver o lado bom das nossas brigas — estávamos nos ajustando. Você sempre via o lado ruim das coisas boas, como quando você me dizia que sentiu saudades, que seus sentimentos com relação a mim eram ambíguos ou quando eu percebia nitidamente uma centelha de paixão por mim nos seus olhos. E a centelha estava lá. Mas você fechava a janela pro vento não aumentar as chamas.


Nós poderíamos ter sido tudo o que eu dizia que nós seríamos, porque você nunca entendeu o que eu queria e, assim sendo, recusou a minha proposta de o que você pensava que eu queria. Você teve medo de me oferecer algo que eu nunca quis, você se negou a ser o que eu nunca quis que você fosse. Será que um dia você vai entender o que eu queria e me deixar não ser a sua vida, mas somente estar na sua vida.

Nunca foi amor, mas insiste tanto em ser...

Estava pensando em não vir. No fundo, estou pensando nisso até agora. Mas fico aqui, com cara de taxo, olhando as suas coisas bagunçadas, os meus neurônios bagunçados, o meu coração bagunçado, o meu vestido bagunçado e tudo que estava quase arrumado em mim se confunde num segundo quando ele se aproxima como quem já aceitou casar comigo, mas não disse “sim”. Apenas me mira com sorriso de bobo me revirando ainda mais. Uma grata desgraça.
Eu não queria vir. Na verdade, eu queria. Eu não queria era vir aqui, me apaixonar mais ainda e ter que ir embora sozinha. Porque sempre que venho, ele entra em mim, mas não mora. Ele me abraça, mas não me prende. Ele é meu par, mas não meu companheiro. Ele se deita, mas não fica. E eu continuo aqui sozinha mesmo sendo dois. Solidão besta. Não é fácil gostar dele. Já quis o matar tantas vezes. Mas ainda não morri.
Mas daqui a pouco, depois de gozar em mim como se eu tivesse pedindo aquilo como um prêmio ou coisa assim, ele vai se virar para o lado, olhar no relógio umas quinhentas vezes, o celular vai tocar sem parar e, logo, logo, ele arrumará algo pra fazer e ir embora. Eu conheço o seu jogo. Vai dizer que precisa salvar o mundo, buscar a tia avó no hospital, ver futebol, reencontrar um amigo ou buscar a prima na faculdade, sei lá. Só sei que ele vai. E eu queria estar aqui quando ele voltasse. Eu queria que eu fosse o motivo para ele voltar. Queria que eu fosse seu mundo, sua tia avó, seu futebol, sua amiga, sua prima, sua puta ou coisa assim.
Juro que vou embora antes mesmo dele entrar no banho. Mas ele sem camisa parece um canto sagrado. Mesmo com as leves marcas de queimadura na barriga só porque não sabe nem fritar um bife sem se machucar. Ele me pede faz-um-lanche? e eu já proponho banquete nupcial. Ele me pede umas horas no dia e eu já quero décadas juntos. Ele me pede um tiquinho de qualquer coisa e eu já venho com temporadas completas. Deve ser isso. Meu erro é mergulhar de cabeça, enquanto ele ainda molha os tornozelos. Quero saltar do avião e ele deseja apenas uma companhia para quando estiver nas nuvens. “Eu quero meter”, ele diz. “Eu quero te ter”, penso.
Nunca foi amor, mas insiste tanto em ser
Autor: Hugo Rodrigues 

Que o amor venha e deixe a dor virar vento de outono nesse coração que, mesmo não admitindo, tanto anseia pelo verão...

Sou amor com medo, ou, solidão consciente? Pouco me arrisco, mas, ainda continuo riscando nomes. Lembro da saudade de amar, converso com meu coração e me pergunto, em silêncio, como será daqui pra frente. Digo a ele, com esperança, que espero um dia conseguir me abrir e tirar o fantasma vestido de orgulho que tanto me habita. Sei que a maturidade nos dá o caminho, mas, os receios e traumas nos deixam mudos perto do amor que está por vir.
Espero um dia voltar a ser calmaria e amor. Espero também receber compreensão do mundo quando meu sorriso for pequeno. Espero que a dor não seja mais consequência do ressacar das minhas emoções. Espero que meus ombros se tornem leves quando o deitar for necessidade. Espero até demais… Não queria esperar tanto. O amor se torna inconjugável com o esperar.
Que o amor venha e deixe a dor virar vento de outono nesse coração que, mesmo não admitindo, tanto anseia pelo verão. Mas, que venha como surpresa. E, diferente de filmes de comédias românticas, nos surpreenda no final. Nos faça calar a boca, e por mais antagônico que seja, gritar quarteirões como o desamar é burrice.
Então ame, enquanto o amor ainda conversa com você. Ame enquanto a saudade ainda brinca de aparecer. Ame enquanto a solidão não se tornou constante. Ame enquanto… Só ame, esqueça o enquanto. Por enquanto.

Volta. E a gente prova ao mundo inteiro que em um segundo de reencontro o nosso amor cura todas as eternas horas afastados...

Estou pensando em você e quero te ver, embora neste horário deva estar aflito, concentrado no percurso que terás pela frente até alcançar seu próximo destino. Admito, preciso de você, só de você, de qualquer jeito. Chateado, fechado ou briguento. Nem que seja pra compartilhar o silêncio, uma cerveja, uma coca-cola ou uma música de Adson e Alana que lembre nós dois. Mas preciso de você. Qualquer você.
Vez em quando, proponho a mim te esquecer. Ai, logo após uns segundos, lembro uns risinhos seus e daquelas ajeitadas de cabelo que balançavam meu mundo inteiro e acabando esquecendo o que me propus. Noutros momentos, tenho vontade de te sacudir só para tentar roubar segredos de como conseguiu me esquecer assim tão fácil.
 Em que médico foi? Qual remédio tomou? É comprimido ou em gotas? Quantas vezes ao dia? Fez quimioterapia? Banho de sal grosso? Sei lá. Vejo o seu sorriso por aí e teus dentes gritam que já não sou mais inquilino do teu corpo.
Mas logo mais, quando a noite chegar e o frio chato invadir teu caminhão e for lhe fazer companhia, você sentirá que precisa mais de mim do que imagina. Vai jurar que não, mas no fundo, no fundo, assumirá a falta que te fiz nos seus dias. Vai dizer de todas as bandas novas que ouviu e pensou em colocar no pendrive para ouvir junto comigo. Vai contar sobre as novas cidades que conheceu e sobre os cartões portais que me escreveu, mas não me enviou. Vai relembrar cada gargalhada que deu e que ficou triste logo após notar que não iria me contar o motivo da tua felicidade.
Eu tô com um tanto de novidades. Novos livros. Novas músicas. Novos filmes me fazem chorar como uma menininha. Talvez, agora, lendo isso aqui ou perdido entre as vodcas e o novo CD do Cristiano Araújo, você queira voltar. 
Volta. E a gente prova ao mundo inteiro que em um segundo de reencontro o nosso amor cura todas as eternas horas afastados.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Não te desejo mal, só não te desejo mais...

Não é sobre viver pelas pequenas coisas, é sobre viver pelas coisas pequenas; que são coisas não tão iguais assim.
Isso significa que a surpresa de um inexpressivo “oi, tudo bem?” no chat do Facebook, renovava todas as minhas energias. Parece que todas as partes ruins da história se tornam boas quando coisas assim acontecem. Em momentos como este, ignoramos toda e qualquer pessoa que nos chamar, se for uma nova proposta de emprego ela bem que pode esperar; à quem gostamos, não. Queremos estender aquele segundo até torná-lo eterno. Cavamos assuntos como se quiséssemos dizer:
“Olha pra mim, eu sou interessante, nos damos tão bem, não desista do que somos, se é que somos! Nos deixa ser!”.
Foi mais ou menos assim que eu me comportava em silêncio com você.
Eu te mandava links de vídeos imaginando que poderia gostar, te marcava em fotos engraçadas e, rezando por sua atenção, comentava sobre as estreias do cinema. Eu assistia os seriados que você dizia gostar. Eu pararia o mundo se me pedisse pra parar. Hoje me pergunto se algum dia você percebeu como tentei te fazer especial na minha vida. Me pergunto se consegui te mostrar como queria muito mais que a sua companhia. E quando penso nisso fico feliz: é que eu sinto que fiz tudo o que eu podia, ainda que não tenha dado certo no fim como eu gostaria.
É que uma coisa é dar certo, outra é dar certo como gostaríamos.
Você não faz ideia de como eu me multiplicava em mil para estar à disposição para você. “Quer fazer alguma coisa?” era o tipo de pergunta que me fazia dirigir a 200km por hora pra te encontrar. Eu não queria perder nenhum segundo! Queria te ver logo, queria tão logo me ver nos seus olhos e sentir aquela coisa boa que eu sentia. Você não faz ideia da quantidade de batidas que o meu coração dava quando a gente se encontrava – era a minha batida perfeita. O celular gritava com diversas notificações, mas para mim nada importava. Eu demorava para escolher uma roupa boa para te acompanhar. Demorava para me arrumar e ficava preocupado em você se cansar de me esperar. Demorava tanto em me preparar porque eu queria que tudo fosse o mais perfeito, já que eu não sabia quando nos veríamos outra vez. Demorei tanto dedicando tempo para você que hoje entendo a demora que levei para começar a te esquecer. Eu nunca fui de viver as coisas no meio termo,mergulho de cabeça até nas notificações de mensagens lidas e não respondidas. Consciente dos lados bons e ruins, sou e sempre serei assim:profundamente coração.
Só que hoje eu quero te ver partir. Hoje é a última vez que eu me permito reviver coisas que nem chegamos a viver direito. Quero que hoje seja a última vez que eu vou dedicar parte da minha vida em pensar na parte dela que você estava. Levei um tempo para aceitar a sua partida, mas agora eu não imagino mais nem a sua visita. O assunto central aqui é a minha certeza de que o melhor lugar para você estar na minha vida é fora dela. Já aceitei minhas tentativas, valorizei minhas investidas e continuo apaixonado pelas minhas esperanças, mas cada umas dessas coisas eu não quero mais dedicar para você.
Não te desejo mal, só não te desejo mais. 
Vou seguir vivendo como vivia antes de você aparecer, afinal, antes de você eu já sorria. Vou seguir ansioso por bons dias, empolgado com as pequenas coisas, mas sabendo diferenciá-las das coisas pequenas. É isso. Você já pode ir, eu também vou. Não quero falar sobre a nossa parte boa, pois o que me importa agora é a parte boa da vida que eu nem vivi ainda.